12 Quando os profetas falaram a respeito das verdades que vocês têm ouvido agora, Deus revelou a eles que o trabalho que faziam não era para o benefício deles, mas para o bem de vocês. Os mensageiros do evangelho, que falaram pelo poder do Espírito Santo, mandado do céu, anunciaram a vocês essas verdades. Essas são coisas que até os anjos gostariam de entender. 13 Portanto, estejam prontos para agir. Continuem alertas e ponham toda a sua esperança na bênção que será dada a vocês quando Jesus Cristo for revelado. 14 Sejam obedientes a Deus e não deixem que a vida de vocês seja dominada por aqueles desejos que vocês tinham quando ainda eram ignorantes. 15 Pelo contrário, sejam santos em tudo o que fizerem, assim como Deus, que os chamou, é santo. 16 Porque as Escrituras Sagradas dizem: “Sejam santos porque eu sou santo.”
Qual a diferença entre igreja e o mundo?
Comumente lemos nos noticiários sobre criminosos inocentados, embora as evidências o condenem a boa defesa de um advogado é suficiente para inocentá-lo. Do mesmo modo há inocentes que padecem, crianças que são vitimadas, corrupção generalizada nos poderes constituídos e a justiça se mantém cega diante de tudo isso. Bom, esse é o mundo! Os culpados são inocentados e os inocentes são culpados.
Embora a igreja se mostre forte e bem sucedida do ponto de vista moral e espiritual, ao olharmos para ela de fora para dentro percebemos que ela não é diferente do mundo. Escândalos ocorrem com frequência nas igrejas, nem sempre os conselheiros cristãos são os mais indicados para um cristão pedir ajuda, a disciplina é ignorada e excluída da igreja e os seus defensores geralmente são apanhados em conflitos de lealdades, os cristãos são apanhados pelos mesmos pecados que os não cristãos envolvendo dinheiro, sexo, poder e infidelidade.
O que fazer?
Infelizmente, na maioria das vezes o mundo é quem define a direção da igreja, quando a igreja deveria nortear o mundo. A igreja deveria impor o seu modelo na cultura, na educação, nos valores morais, na família, etc. Não estou falando do modelo arcaico, ultrapassado e dogmático dos religiosos cristãos, mas dos valores cristãos que podem ser introduzidos na sociedade visando sua melhoria.
A igreja, como representante de Deus, precisa ser visível na terra, mas para que se torne visível ela precisa expressar a sua verdadeira natureza divina, então o mundo irá tremer diante da santidade de Deus visível na igreja.
Ser diferente exige santidade de nós
A santidade é a ausência do pecado em nossas vidas, é sinônimo de perfeição cristã, estar 100% cristão é viver em santidade. Mas, por que devemos nos interessar pela santidade?
- Se não fomos santos seremos iguais aos outros, então não chamaremos a atenção e ninguém irá querer estar perto de nós;
- Se não formos santos não veremos a Deus, tampouco o mundo verá Deus em nós (Hebreus 2.4). Se vermos a Deus, seremos tomados por sua santidade, mais santos mais veremos a Deus, é um ato contínuo;
- É nosso interesse mudar o mundo para melhor, a santidade é algo contagioso, mais cedo ou mais tarde começa a se espalhar entre as pessoas que desejam experimentá-la. Portanto, vamos mudar o mundo ao nosso redor se formos diferentes do mundo;
- Uma igreja santa e diferente fará com que o mundo tenha temor a Deus, pois quando agimos com santidade o Espírito Santo nos convence acerca do pecado e consequentemente as pessoas irão nos amar ou odiar, aqueles que forem tomados pelo temor serão alcançados por Deus;
- Devemos ser santos porque Deus nos ama e a nossa santidade é como um presente para Ele. Sempre que o Espírito Santo nos convence acerca do pecado o seu propósito é a nossa libertação, não a nossa condenação. Mais separados do mundo, tornamo-nos mais chegados de Deus;
- A santidade não é algo que conquistamos com rituais ou doutrinação pessoal, a santidade vem de Deus e representa a essência de sua natureza em nós. Ser santo é ser e agir como Deus deseja;
- Deus nos ama e quer ter intimidade conosco. Deus deseja a nossa santidade e vem a nós com amor porque conhece as nossas lutas e sofrimentos. Ele não irá exigir de nós aquilo que não somos capazes de dar-lhe;
- A santidade em nós é gradativa. Quando aceitamos a Jesus fomos lavados, separados e aceitos, em outra versão diz: lavados, santificados e justificados. I Coríntios 6.11 NTLH – “Alguns de vocês eram assim. Mas foram lavados do pecado, separados para pertencer a Deus e aceitos por ele por meio do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus.”
- A santidade deve ser contínua. Quando Cristo reina em nós tudo aquilo que está ligado ao mundo torna-se secundário, perde a importância. Mas com o passar do tempo se não mantivermos a comunhão com Deus, a antiga natureza ressurge mais forte ainda e tenta te dominar, por isso devemos vive-la todos os dias.
Deus tem um zelo divino por nós
Ao escrever à igreja em Corinto (11.1,2 NTLH) Paulo afirmou: “Eu gostaria que vocês me suportassem mesmo quando sou um tanto louco. Por favor, me suportem! O mesmo zelo que Deus tem por vocês eu também tenho. Porque vocês são como uma virgem pura que eu prometi dar em casamento somente a um homem, que é Cristo.”
O amor que Deus sente por nós é ciumento. É um tipo de ciúmes que reflete o zelo que Deus tem por nós e o Seu desejo que sejamos santos, uma vez que entregamos a nossa vida à Ele. I Coríntios 10.22 NTLH – “Ou será que queremos provocar o Senhor, fazendo com que ele fique com ciúmes? Por acaso vocês pensam que somos mais fortes do que ele.”
Quando nós dizemos que estamos com ciúmes, muitas vezes expressamos a inveja que temos de alguém que conseguiu algo ou alguém que não fomos capazes de conquistar. Deus não é ciumento a esse respeito, Ele é Senhor absoluto de tudo.
O cônjuge ou namorado sente ciúmes que inclui fortes emoções do tipo: raiva, amargura, amor, medo, ódio, inveja, etc. Deus não tem rancor, medo ou inveja. Deus é amor e deseja expressar esse amor a todos os cristãos, mesmo àqueles que são infiéis.
A ira de Deus manifestada é direcionada para duas coisas:
a) Pecado da infidelidade;
b) Ao fato de estarmos sendo enganados.
Deus não tem medo do diabo, das trevas, a sua ira é porque Ele sabe que fomos enganados e uma vez enganados vendemos o nosso direito à herança por um prato de lentilha, como fez Esaú. Por isso Deus manifesta a sua ira sobre os filhos da desobediência que foram enganados e sobre os poderes das trevas que tornaram a humanidade enganada.
O amor de Deus por nós é incomparável
O amor Deus inclui a paciência e bondade. Ele age lentamente para impor uma punição. Primeiro ele adverte, envia profetas, fala mais de uma vez nos alertando sobre o perigo da desobediência. Jó 33.14 (NTLH) – “Deus fala de várias maneiras, porém nós não lhe damos atenção.” Na versão RA diz: “Pelo contrário, Deus fala de um modo, sim, de dois modos, mas o homem não atenta para isso.”
Êxodo 34.6-7 (NTLH) – “Então Deus passou diante de Moisés e disse em voz alta: – Eu sou o SENHOR, o Deus Eterno! Eu tenho compaixão e misericórdia, não fico irado com facilidade, e a minha fidelidade e o meu amor são tão grandes, que não podem ser medidos. Cumpro a minha promessa a milhares de gerações e perdoo o mal e o pecado. Porém não deixo de castigar os seus filhos e até os netos, os bisnetos e os trinetos pelos pecados dos pais.”
Desafio aos cristãos – atreva-se a ser santo para fazer a diferença
O desafio da igreja não está na construção de grandes templos ou no crescimento numérico dos seus membros, mas em ser diferente e viver em santidade no mundo para agradar a Deus.
Na carta que lemos, o apóstolo Pedro está dizendo (versos 13 a 16):
a) Continuem alertas – a igreja não pode baixar a sua guarda, não sabemos quando o Senhor virá, portanto precisamos estar alertas o tempo todo;
b) Tenham esperança que sereis abençoados quando Cristo de manifestar – O que torna a igreja diferente do mundo é a sua esperança na volta de Jesus;
c) Sejam obedientes a Deus – ao agir em santidade iremos confrontar o modelo mundano para seguir o modelo de Cristo que exige renúncia;
d) Não deixem que a vida de vocês seja dominada – o apóstolo está dizendo, antes vocês eram ignorantes e não sabiam da verdade, mas agora vocês conhecem a Cristo, então lutem contra essa velha natureza e vivam o novo em Cristo;
e) Sejam santos em tudo o que fizerem, assim Deus que é santo – Em todo o momento precisamos da graça abundante de Deus para viver em santidade diante Dele;
Paulo era diferente e almejou viver a santidade, não por imposição mas por opção. A declaração do triunfo de Paulo sobre o pecado, Gálatas 2.19-21: Pois, quanto à lei, estou morto, morto pela própria lei, a fim de viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz. 20 Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim. 21 Eu me recuso a rejeitar a graça de Deus (Não anulo a graça de Deus – RA). Pois, se é por meio da lei que as pessoas são aceitas por Deus, então a morte de Cristo não adiantou nada!